Em 2025, 598 pessoas morreram por algum tipo de síndrome respiratória até o dia 07 de junho, de acordo com o balanço da Sesa (Secretaria do Estado da Saúde), sendo que 124 foram causadas pelo vírus da Influenza A. Dentre essas mortes, 90% das vítimas não estavam vacinadas, segundo divulgado pelo secretário de Saúde, Beto Preto, durante uma coletiva na manhã desta segunda-feira (16), em Londrina.
Até o último boletim divulgado pela pasta, 12.011 casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) já tinham sido registrados no Paraná, sendo 1.379 por Influenza A. Desse total de casos, 124 foram a óbito no período, o que mostra uma letalidade de cerca de 9%. Além disso, o secretário de Saúde apontou um dado alarmante: entre as mortes por Influenza A, 90% das vítimas não tinham recebido a dose da vacina, disponível gratuitamente para toda a população a partir dos seis meses de idade na rede pública de saúde.
“A vacina não impede que a pessoa perca a vida, mas ela protege muito para que o caso não evolua para uma situação mais grave, o que se demonstra nos números, e contra fatos não há argumentos”, afirma. Um novo boletim epidemiológico deve ser publicado na entre quarta (18) e quinta-feira (19), sendo que o número de mortes deve crescer ainda mais.
Leia mais:

Vale-alimentação para vereadores se espalha por municípios do Paraná

Condomínio do Idoso de Arapongas será inaugurado no dia 18 de julho

Princesa Kako visita as Cataratas do Iguaçu em última passagem pelo país

Secretários do Paraná apresentam investimentos para prefeitos da Amepar
Preto repercutiu, durante a coletiva, um dado importante registrado na região oeste do Paraná: das 212 crianças entre seis meses a menores de 12 anos que foram internadas no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu em 2025 por doenças respiratórias, apenas 18 estavam vacinadas. “Isso demonstra que a não vacinação causa a possibilidade de doenças mais graves nos cidadãos, por isso o nosso apelo para que a vacina chegue à população”, reforça o secretário.
Vacinação
O secretário elogiou a força-tarefa dos municípios em promover uma vacinação ‘extramuros’, levando o imunizante para locais com alto fluxo de pessoas, como terminais rodoviários, igrejas e em estádios de futebol. Ele também citou o drive-thru da vacina no pátio da Prefeitura de Londrina na semana passada. “Cada município, à sua maneira, vem tentando atingir a sua população”, aponta.
Ele garante que o objetivo é aplicar todas as doses disponíveis da vacina, diferente do ano passado, quando pelo menos 700 mil doses sobraram. Neste ano, o Paraná recebeu 4,7 milhões de vacinas contra a Influenza A e, de acordo com o balanço mais recente, já aplicou cerca de 3,2 milhões de doses.
No Estado, a vacinação dos grupos prioritários está bem abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é de 90%. Até agora, 35,2% das crianças, 31,7% das gestantes e 47,1% dos idosos receberam a vacina contra a Influenza A.
O secretário de Saúde bateu novamente na tecla da segurança das vacinas, reforçando que o PNI (Programa Nacional de Imunizações) nasceu há mais de cinco décadas e conta com o trabalho intenso de cientistas e profissionais da medicina. “Essa discussão ideológica nesse momento só atrapalha”, aponta, complementando que as informações falsas ainda estão alcançando muitas pessoas, dificultando a ampliação da cobertura vacinal.
“A vacina é segura. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é uma das agências mais rigorosas do mundo todo em relação aos produtos que são colocados em utilização no país”, afirma. Segundo ele, é fundamental acreditar no que a ciência diz: “a vacinação é saúde, a vacinação é um ato de amor, de solidariedade humana e cristã”.
Internações
Ele destaca que a busca por internamentos em razão dos vírus respiratórios vem crescendo nos últimos 30 dias, tanto de leitos de enfermaria quanto de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em todo o Paraná. Entretanto, na última semana, o índice caiu cerca de 30%. O secretário destaca que ainda não é possível apontar as justificativas para a queda, mas que pode ter relação com a abertura de novos leitos ou até mesmo com uma redução na circulação do vírus conforme a cobertura vacinal cresce. O tempo médio de internação, de acordo com o secretário, fica entre 8 e 10 dias.
Na região de Londrina, a ocupação dos leitos varia entre 90% e 92%, principalmente por conta da abertura de leitos em toda a macrorregião, como em Arapongas e Apucarana.
O Hospital da Providência, em Apucarana, ampliou em 12 o número de leitos de enfermaria pediátrica. Em Arapongas, o Honpar (Hospital Norte do Paraná) ativou 27 leitos, sendo 15 de UTI adulto e 12 de enfermaria adulto, contribuindo de forma significativa para a rede de atendimento da região.
Região Oeste
“Nós vamos continuar observando e se for necessário ampliar mais leitos nós temos um plano de contingência para isso”, frisa, complementando que as regiões Oeste e a de Curitiba são as mais preocupantes no momento.
Na região Oeste, a Sesa vai ampliar em 38 o número de leitos para pacientes com síndromes respiratórias. No Hospital de Clínicas, em Medianeira, vão ser 10 leitos de enfermaria adulto. Em Toledo, o Hospital Regional contará com oito novos leitos, sendo quatro de UTI e quatro de enfermaria adulto, enquanto o Hospital Associação Beneficente de Saúde ampliará a estrutura com 12 leitos, divididos entre UTI adulto, enfermaria adulto e enfermaria pediátrica. Já em Cascavel, o Hospital de Retaguarda ativará mais oito leitos de UTI adulto.
“Cada dia é um dia diferente e a gente vai vendo como ele amanhece e que tipo de atuação nós podemos lançar mão para poder ampliar o atendimento”, ressalta.
Leia também:
